Edição #26: Habemus Papam e montanhismo
SUMÁRIO
Hoje você lerá:
A opinião do público sobre filme Conclave, que ganhou mais destaque após a morte do Papa Francisco e se destaca com a eleição do Papa Leão XIV hoje
Sobre a temporada de montanhismo no Rio de Janeiro
Estreias da semana no cinema.
🎉🪩 Boas novas: voltamos com a agenda do fim de semana no Instagram!
Destaques:
Na quinta (8) volta o famoso MoleJazz, dessa vez com a cantora Sandra de Sá e no Circo Voador. A partir das 18h. Ingressos a partir de R$ 70.
Na sexta (9) tem Pagode Pop + Vandro Augusto + Silva Duffrayer e DJs nos Arcos da Lapa. A partir das 18h. Evento gratuito.
Ainda na sexta (9), rola o Festival Brasil Baixada na Praça do Pacificador, no Centro de Caxias. Vai ter Josiel Konrad para os fãs de jazz, pagode do Maui e DJ Renan Valle. A partir das 18h.
Sábado (10) tem a festa com vinil Amarelo Manga na Rua do Carmo, para animar a noite. A partir das 22h. Evento gratuito.
Domingo (11) é dia de levar a mamãe pra sambar. Vai ter Samba da Alvorada na Praça Maracanã a partir das 14h. Evento gratuito.
Para ver a agenda completa, nos siga no Instagram: @opomborio
RESENHA PÚBLICA
Habemus Papam: filme Conclave volta às telas
Por Carolina Stiepanowez
A arte imita a vida, mas, às vezes, a vida também imita a arte. O filme Conclave, dirigido por Edward Berger, mostra para o público o que acontece após a morte de um Papa – e nos coloca dentro da disputa política para escolher um novo líder da Igreja Católica. O longa estreou em janeiro no Brasil como parte do circuito do Oscar 2025, mas agora ele retorna às telas do cinema. Isso porque o longa ficou mais relevante do que nunca: o Papa Francisco morreu no dia 21 de abril e o conclave, dessa vez na vida real, se encerrou hoje, dia 8 de maio, ao eleger o americano Robert Prevost, o Papa Leão XIV.
Os brasileiros não ficaram para trás no assunto e, quem não tinha visto o longa ainda, correu para as telas. Conclave se tornou o filme mais assistido no Prime Video após a morte de Francisco, e no dia do funeral do Santo Padre, no dia 26 de abril, a sala de cinema estava lotada.
A psicóloga Renata Gomes, de 40 anos, já estava com o filme na lista há muito tempo. “Eu estava querendo ver antes de sair de cartaz. Quando eu vi hoje que o filme tinha voltado aos cinemas eu mandei mensagem para a minha amiga falando: ‘Vamos pelo amor de Deus!’”.
A obra explora temas como crise de fé, o valor de uma instituição como a Igreja Católica nos dias de hoje e, em especial, o contraste entre a religião e a política que a rege por trás de portas fechadas. A cinematografia é efetiva, e utiliza ao máximo a estética católica para criar cenas marcantes e um visual imersivo – a opulência do Vaticano combinada com o uso extensivo de brancos e vermelhos revelam o caráter fabricado daquele mundo, e deixam ainda mais evidentes os momentos mutados de emoção sincera. Sob o olhar triste do cardeal Lawrence – que tem que lidar com o luto pelo Papa enquanto organiza a eleição do seu sucessor – vemos um conclave cheio de tramas e intrigas, mas que também nos dá respiros de esperança.


O que dizem os cariocas?
Renata se interessou pela parte política do longa, e achou que o roteiro refletiu bem a vida real. “Curiosamente casou o momento do filme com a vida real, é até estranho esse acontecimento, mas é interessante a gente ver um pouco dos bastidores. Bastidores cinematográficos, né, porque a gente realmente não sabe o que acontece lá dentro”, comenta.
Já sua amiga, a engenheira de produção Alice Abrão, 31 anos, se divertiu ao notar a fidelidade do longa a todos os ritos e cerimônias católicas. “Eu acompanho umas páginas do Instagram que falam sobre como funciona um conclave de verdade. Essa coisa deles fecharem a porta, lacrarem a porta do quarto do Papa, todos os ritos a partir da morte do Papa. Aí quando apareceu no filme eu falei: “Ah, acontece isso mesmo!”, como se o filme fosse a verdade”, ela brinca.
Mas, a geóloga Vânia Legrão pensou um pouco diferente. A católica ficou preocupada que o roteiro do filme refletisse negativamente no conclave que está prestes a acontecer. “Na verdade, tive uma certa tristeza, porque de certa forma eu acho que deprecia um pouco o evento. Do jeito que eles retratam no filme, pode ser até algo degradante. Pelo meu credo, espero que na vida real não seja assim”, disse.
Outro aspecto do filme que dividiu opiniões foi o final. Alerta de spoiler: nos últimos minutos do longa, nós descobrimos que o cardeal escolhido para ser o novo Papa, Vincent Benítez, é hermafrodita. A revelação reforça o argumento central do filme de que a dúvida é essencial para a fé, mas seu caráter repentino e inusitado desagradou parte do público. Para o aposentado John Maddock, de 79 anos, o plot twist deixou o longa um pouco fantasioso demais.
“A questão da credibilidade foi um problema no filme, porque aconteceram dois incidentes muito fora do comum. Primeiro uma bomba no Vaticano, que acho que dificilmente aconteceria, e, em seguida, o candidato que ganha é hermafrodita. Eu também acho isso difícil de ocorrer”, ele explicou.
Por outro lado, Alice disse que a revelação deixou as reflexões sobre o filme ainda mais interessantes. “Eu fiquei pensando nesse plot twist do final, como seria se fosse verdade. Nunca saberíamos, porque isso nunca vazaria, mas pensar nessa possibilidade como uma coisa real. É isso, tudo é possível”, ela afirmou.
ESPORTE | O QUE FAZER NO RIO
Rio nas Montanhas: o montanhismo na cidade dos mares e morros
Por Guilherme Rezende
“No nosso clube tem gente de 20 e eu tenho 70. Eu escalo ou eu faço uma caminhada com uma pessoa de 20 anos. A gente acha muito legal que as pessoas mais velhas também participem do montanismo, acha normal, não acha que não é surpreendente. Tem gente mais velha que eu, acima dos 80 anos, que continua frequentando o clube”, conta Miriam Gerber, de 70 anos, vice-presidente do Centro Excursionista do Rio de Janeiro (CERJ). Miriam é ativa nas escaladas, trilhas e nas diversas atividades do clube.
Os dias 26 e 27 de abril marcaram a abertura oficial da temporada de montanhismo. O Rio nas Montanhas foi criado por Clubes e Centros Excursionistas para celebrar o começo do melhor período (que vai do fim de abril até o início da primavera) para a prática dos esportes em montanhas, devido ao clima mais amenos e menos chuvosos em relação ao verão. Na sua 37ª edição, o evento aconteceu tradicionalmente na Praça General Tibúrcio, na Urca, um local marco da escalada no Rio de Janeiro.
Originalmente chamado de Abertura de Temporada de Montanhismo, o evento é aberto ao público e, principalmente, às pessoas que estão interessadas em conhecer mais desse universo. A programação teve palestras, oficinas, workshops relacionados a tudo sobre a prática do montanhismo, além de uma parede de escalada para crianças e uma gincana entre os clubes. O evento proporcionou uma atmosfera acolhedora, com os participantes interessados em compartilhar suas experiências e ensinar os interessados.
A presidente da Federação de Esportes de Montanha do Rio de Janeiro (FEMERJ), Letícia Fliess, falou sobre a importância do evento para compartilhar os valores do montanhismo. “O Rio das Montanhas é uma forma de divulgar que existe um local que você pode se qualificar melhor para estar frequentando os ambientes de montanha com segurança. Então, são as melhores técnicas, os melhores equipamentos, a ética, né, o mínimo impacto e vários cuidados que você tem que fazer. Até oficinas de fotografia para você registrar as belezas que você, né, vê pelo caminho” destacou a presidente.
O montanhismo se apresenta como uma alternativa para as pessoas que querem uma forma de se exercitar e entrar em contato com a natureza. A idade não é um impeditivo para que se possa aproveitar o que as montanhas tem para oferecer.
O Rio nas Montanhas é o maior evento de montanhismo no Brasil e acontece todo o último fim de semana de abril, como previsto no calendário oficial do Rio de Janeiro. Para participar nas atividades em montanhas, mais informações estão no site da Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEEMERJ). As organizações de montanhismo contaram com a participação de diversas unidades de conservação em áreas de montanha, prefeituras, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, órgãos de pesquisa e ensino e organizações não governamentais.
ESTREIAS DA SEMANA
Hoje (8) estreiam os filmes:
Betânia: Depois de perder seu marido, a parteira Betânia se muda para o povoado onde nasceu, mas jamais habitou. Empurrada pelo som ancestral do Bumba Meu Boi, pela força da família e da comunidade, Betânia tenta renascer, assim como as flores que desabrocham nos Lençóis durante a seca. Drama. 🇧🇷
Invencível: Como qualquer outro adolescente, Austin adora pizza, filmes, dança e garotas. Mas, ao contrário da maioria dos jovens de 18 anos, ele tem uma doença rara de ossos quebradiços e é autista. Drama.
Karatê kid: Lendas: Daniel e Sr. Han unem forças atuando como mentores do jovem chinês recém-chegado aos Estados Unidos Li Fong, mas talvez suas abordagens educacionais não sejam tão compatíveis assim. Ação.
A mulher no jardim: Uma mulher solitária e espectral, toda vestida de preto, aparece sem nenhuma explicação no gramado da frente da residência de uma mãe enlutada e avisa: “Hoje é o dia”. Quanto mais ela se aproxima, mais fica claro que não se trata de alguém comum e que suas intenções podem ser tudo, menos pacíficas. Sendo assim, só resta a Ramona encontrar forças para proteger a si mesma e a seus filhos. Terror.
Lispectorante: Glória Hartman, uma mulher madura que atravessa uma crise existencial e financeira, volta à sua cidade natal, que passa por um processo de abandono. Através de uma fenda nas ruínas de onde morou a escritora Clarice Lispector, Glória começa a ver cenas fantásticas que vão alterar sua vida. Drama. 🇧🇷
Virgínia e Adelaide: A história do encontro de duas mulheres extraordinárias: a brasileira Virgínia Bicudo e a alemã Adelaide Koch. Virgínia, uma mulher negra, foi a primeira psicanalista do país. Adelaide, psicanalista judia, veio para o Brasil fugindo do regime nazista na Alemanha. Elas se conheceram em novembro de 1937 em São Paulo, no exato momento em que Getúlio Vargas decretou o Estado Novo. Médica e paciente por cinco anos, colegas e amigas a vida inteira, as duas enfrentaram o racismo e participaram ativamente da fundação da psicanálise no Brasil. Drama. 🇧🇷
Adeus, garoto: Attilio, que vive em um bairro popular de Nápoles, recebe a missão de proteger uma prostituta do Leste Europeu. Sem admitir abertamente, Attilio acaba se apaixonando por ela. No entanto, quando seu pai é libertado da prisão e precisa saldar uma dívida, Attilio se vê diante de uma escolha difícil: o amor pela garota ou a lealdade ao pai. Drama.